14 de janeiro de 2015

Presidente da Abrecal defende o talento calçadista e levanta bandeira de união

Comecei a vender sapatos nos tempos em que o representante carregava apenas algumas caixinhas de calçados, passava quase 40 dias viajando e voltava para a fábrica com um talão de pedidos que ocupava as esteiras pelo semestre inteiro. Ah, como tudo mudou!”, recorda-se José Ernandi da Silva. Somando 38 anos de profissão e muita história para contar, o Gaúcho, como é conhecido pelas dezenas de amigos que a representação comercial lhe apresentou, orgulha-se de presidir o primeiro biênio na trajetória da Associação Brasileira dos Representantes de Calçados, Bolsas e Acessórios (Abrecal).

O cônsul da Couromoda respira moda e negócios. “As empresas que represento são meu segundo lar. A feira é a maior ligação entre meus dois parceiros: lojista e indústria. E a Abrecal é a soma de forças de todos os colegas que tenho nesta profissão que tanto amo”, conceitua.
Natural de Taquara, no Rio Grande do Sul, ele cresceu na capital nacional do calçado, Novo Hamburgo, onde foi modelista. A convite, foi comandar um ateliê em Aracaju, no Sergipe. Pelas necessidades da empresa, precisou ser vendedor. “Depois que comecei a negociar, nunca mais parei”, conta.
Atualmente em Fortaleza, Gaúcho lidera, junto com o filho Rafael, uma equipe de quatro representantes e carrega o nome das marcas Pegada, Firezzi e Invoice no Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. A cada temporada, cerca de 600 mil pares são vendidos por meio de seus contatos.

Vencer a concorrência é o maior desafio da atividade, segundo ele. Mas acredita que, apesar do fantasma do preço baixo asiático assombrar a indústria, não há nada que supere a criatividade do design “made in Brazil” ou a qualidade da matéria-prima nacional.

Abrecal

A entidade foi oficializada no dia 13 de janeiro, na mais recente edição da Couromoda. Entre as propostas da associação estão, de acordo com o presidente, oferecer uma assessoria jurídica qualificada, pleitear regime diferenciado para a aquisição de automóveis e negociar de forma coletiva com hotéis e seguros dos mais diversos tipos.

“Eu peço aos meus colegas, não como presidente, mas como o representante que continuo sendo, muita união. É a força conjunta que nos levará adiante. E são as parcerias que mantêm o setor coureiro-calçadista ativo. Do fabricante ao lojista, o que nós precisamos é apoiarmos uns aos outros. Viva o calçado! Viva a Abrecal!”, vibra ele.

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