FRANCAL COMPROVA ACERTO DE SUA ESTRATÉGIA PARA O MERCADO EXTERNO
Feira brasileira, em julho, atraiu 1.205 importadores de 64 países para fazer negócios com expositores num momento em que as exportações despontam como principal saída dos calçadistas para evitar a retração do mercado interno.
Nos primeiros seis meses de 2015, o varejo brasileiro como um todo acumulou queda de 2,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo o IBGE, trata-se da maior baixa para o período desde 2003. No varejo de calçados, especificamente, a queda apurada pela Associação Brasileira de Lojistas de Calçados e Artefatos (ABLAC) é de 7,5% no semestre. Para os fabricantes do setor, a solução passa inevitavelmente pela exportação.
“Antes mesmo do final de 2014, nós antevimos este cenário e ampliamos os investimentos para garantir a presença de importadores na feira deste ano”, lembra Abdala Jamil Abdala, presidente da FRANCAL, ressaltando que as ações resultaram em subsidiar a vinda de mais de 200 compradores internacionais de 30 países para a FRANCAL 2015, realizada de 6 a 9 de julho. Somados àqueles que vieram espontaneamente, a feira recebeu um total de 1.205 importadores de 64 países, que fizeram negócios com fabricantes brasileiros de todos os portes.
Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), avaliou que a FRANCAL 2015 confirmou a tendência de recuperação nas vendas para o mercado externo, embaladas pela alta do dólar e pela recuperação de alguns dos principais mercados para o setor calçadista nacional, entre eles os Estados Unidos.
Negócios
A gigante Vulcabras Azaleia é um exemplo. “Fechamos pedidos especialmente para o mercado externo. Atendemos clientes da Colômbia, Bolívia e México”, contou o diretor Pedro Bartelle. Já a pequena Kidstep, que estreou na feira no estande coletivo do polo calçadista de Birigui, interior de São Paulo, fez sua primeira venda para o mercado externo durante a feira. “Foi bem positiva a participação. Vendemos bem, fizemos contatos novos e ainda conseguimos um contrato de exportação”, comemorou o empresário Kleber Mariano Silva.
Mesmo grifes com presença garantida no exterior avaliaram como positivo o saldo de sua participação na FRANCAL 2015. Clarissa Lehnen, diretora de Produto da Jorge Bischoff, registrou a boa presença de compradores internacionais na feira. “Fechamos pedidos com novos e antigos clientes em âmbito internacional. A visitação foi qualificada e, apesar da expectativa inicial do mercado, superamos o planejado”. Israel, França, Rússia, Bolívia, Porto Rico, Ilhas Mauricio, Angola e Polônia estão entre os países que compraram da Jorge Bischoff na feira.
No caso da grife Luiza Barcelos, boa parte dos compradores que compareceram ao estande foi de clientes fiéis da marca. O que chamou a atenção da diretora Comercial da grife, Rosa Barcelos, foi a presença de compradores de outros países, com destaque para Paraguai, Porto Rico e Israel.
Olhando para frente
A FRANCAL já colocou em movimento sua estratégia para o mercado internacional visando à edição de 2016, que será realizada entre os dias 26 e 29 de junho. “Estamos olhando para frente. Vamos manter e ampliar o que já foi feito para conseguirmos um resultado ainda melhor no ano que vem”, ressalta Abdala.
O executivo acredita que as ações da feira aliadas a fatores macroeconômicos, como o dólar valorizado e a simplificação dos processos proposta pelo Plano Nacional de Exportações, vão colaborar de forma efetiva para a recuperação do mercado externo pelos calçadistas brasileiros.
“O fato de a FRANCAL acontecer na cidade de São Paulo é outro elemento que contribui para atrair os compradores internacionais, em função da infraestrutura de aeroportos e hoteleira, e das numerosas opções de gastronomia e entretenimento”.